Faz hoje precisamente um ano que
deixei a minha terra querida. Desde os meus nove anos de idade que morava lá em
Trás-os-Montes (arredores de Mirandela) com os meus pais. Senti necessidades de
pedir ajuda na minha integração escolar. O apoio não era suficiente, porque
cedo descobri que esta integração não foi vista com bons olhos. Fui adorado por
alguns, invejado por outros e gozado pela comunidade e nas redondezas.
Tive uma
vida bastante complicada recheada de sofrimento. Passando a fase da vida
escolar, entrei para o mundo do trabalho. As mesmas coisas me foram sucedendo
ao longo dos anos, mas importante referir que tive o apoio incondicional dos
meus pais nas etapas mais dolorosas da minha vida.
Nestes
últimos anos quase esmoreci. Tudo parecia desmoronar na minha vida. Entrei em
estado de desespero por a minha situação profissional ser constantemente adiada
e nunca ter um fim. Esta instabilidade revelou alterações nervosas provocando
algumas doenças agudas e outras a nível de humor. Já me sentia quase
irreconhecível. A minha vida não fazia grande sentido.
De
repente senti a necessidade de sair dali ou então entregava-me à depressão.
Deixei a minha família que tanto gosto e rumei a outras bandas (zona oeste do nosso
país), mas com uma enorme mágoa de saudade no coração que levei comigo na
bagagem. Após ter passado um ano, sinto-me um virtuoso por ter superado este
grande pesadelo em que tudo isto se tinha tornado na minha vida. Felizmente
estou com boas respetivas de futuro por ter encontrado uma ocupação e uma vida
estável a nível emocional e psicológica. É assim que me sinto feliz!
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